Black Lies Matter
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02DomingoFevereiro 2025>06DomingoAbril 2025
Exposição de Rómulo Santa Rita, com o apoio da Câmara Municipal do Seixal.
A inauguração realizou-se no dia 1 de fevereiro, sábado, às 18 horas.
De 2 de fevereiro a 6 de abril
Horário
De terça-feira a sábado, das 10 às 17 horas.
2 e 23 de fevereiro, 2 e 30 de março e 6 de abril, domingo, das 10 às 17 horas.
Catálogo da exposição – PDF [1,90 MB]
Nascido em Lisboa em 1980, Rómulo Santa Rita tem sangue português, angolano e moçambicano e dedicou a sua formação e percurso profissional ao audiovisual. Autodidata, mudou-se para Luanda em 2011, onde aprofundou a reflexão sobre o que viriam a ser as suas intervenções urbanas, enquanto expressão de vida e pensamento.
Numa técnica definida como «Paper Street Art», Rómulo Santa Rita elabora composições a partir de materiais alternativos, como cartão, livros com manchas de tinta acrílica e guache, revistas e papel, que escrutina atentamente de acordo com os temas políticos, sociais e culturais que pretende abordar.
Em boa hora, este trabalho, que esteve guardado pelo artista, vai sendo cada vez mais reconhecido, ao mesmo tempo que assume uma dimensão ativista que faz parte da sua génese e apela a uma igualdade e empatia universais, que ampliam a sua e a nossa identidade para lá do sangue e do território. Ou como tão bem expressa a frase de Dostoiévski que Simone de Beauvoir usou como epígrafe na novela «O Sangue dos Outros»: «Todos somos responsáveis por tudo perante todos».
Os trabalhos aqui reunidos criam assim um lugar de denúncia e de reflexão com claras preocupações sociais, políticas e religiosas e ênfase nas migrações e na necessidade de mão de obra barata, que remete para uma nova «escravatura» a nível global e que parece ser uma condição humana que ainda não encontrou o seu justo término. Com isso, olhamos a vida das crianças-soldado, dos refugiados e a exploração extrativista dos recursos do continente africano e, simultaneamente, dos milhões de explorados e de «meninos sem condição» sobre os quais «todos somos responsáveis».
Um trabalho – uma realidade crua e dolorosa que é necessário ver – que pede a ternura do nosso olhar. E a mais urgente reflexão.
Paulo Silva
Presidente da Câmara Municipal do Seixal